Presidente da OAB diz que decisão foi tomada porque calor é incompatível com roupa formal. Porém, ele alerta: chinelo está vetado
Uma resolução da Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco (OAB-PE) libera os advogados de todo o Estado de usarem paletó e gravata durante o trabalho. É o segundo Estado a tomar essa medida. O primeiro foi o Rio de Janeiro.
Para o presidente da entidade, Henrique Mariano, a resolução foi tomada em razão "do enorme desconforto que o nosso clima causa e é agravado com o uso diário do terno". Mariano, no entanto, ressaltou que a proposta não é a de abolir o uso do terno e gravata.
A resolução também é clara quanto à proibição de uso de roupas como bermudas, camiseta regata, jeans esportivo, tênis e chinelos. "Os advogados que optarem por não usar ternos ou similares deverão se apresentar com vestimenta condizente com o decoro exigido para o exercício profissional", explica Mariano.
O juiz da 9° Vara de Família do Recife, Carlos Magno, aplaudiu a decisão da OAB. "O hábito não faz o monge. O importante é que o advogado seja ético, profissional e engajado com sua causa", afirmou. Magno disse ainda que nunca barrou advogado em audiência por não estar vestindo terno completo. "Alguns chegam se desculpando, porque esqueceram gravata ou deixaram o paletó em algum lugar, mas eu não vejo problema", diz ele.
Nesta quarta-feira, no entanto, o juiz afirma que todos os advogados que apareceram em suas audiências estavam com ternos completos, apesar do calor de mais de 30°C que faz na capital pernambucana.
A resolução foi publicada uma semana depois da tomada pela OAB no Rio de Janeiro, que também, devido ao calor, abole a exigência de terno e gravata para advogados.